Pacientes com hipertensão pulmonar ficam sem medicamento no DF.

Pacientes com hipertensão arterial pulmonar (HAP) no Distrito Federal (DF) estão sofrendo pela falta do bosentana, medicamento importante para o tratamento da doença. Segundo a pneumologista Veronica Amado, coordenadora do ambulatório de HAP da Universidade de Brasília, a doença é grave e a falta do remédio pode limitar ainda mais o paciente e, em alguns casos, levá-lo à morte.

A especialista estima que em todo o DF não chegam a 200 os pacientes diagnosticados com essa doença rara, que afeta os pulmões. Os sintomas mais comuns são cansaço progressivo, fadiga e tontura. A doença que, entre outros fatores, pode ter origem hereditária e associação com outras doenças como o HIV e cardiopatias congênitas, não tem cura e atinge cerca de 3 mil pessoas no Brasil, conforme dados da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia.

Segundo Veronica, a falta do bosentana agrava os sintomas. “A falta da medicação pode tanto descompensar o paciente, quanto causar mais limitação nas atividades diárias, higiene pessoal, caminhadas pequenas, que passam a ser difíceis de executar”. Ela disse que o fornecimento do remédio tem sido irregular desde o ano passado.

Danilo Torres foi diagnosticado com HAP em 2002. Desde 2010, há uma forma mais grave da doença. “Este ano, já passei mais de um mês sem tomar o bosentana. Amanhã, vou buscar o medicamento na farmácia de alto custo e já sei que não vai ter”.

Torres disse ainda que quando ficou sem o remédio, no primeiro semestre deste ano, teve que passar mais tempo usando a máscara de oxigênio em casa. “A gente fica preso, limitado. Sem o remédio, minha vida fica mais restrita, preciso ficar quase sem me movimentar, evitando esforços ao máximo para não precisar ser internado”.

Em nota, a Secretaria de Saúde do DF reconhece que o medicamento está em falta e diz que há um processo de compra emergencial do produto, mas não informa o prazo para a regularização dos estoques. A secretaria acrescenta que disponibiliza medicamentos similares padronizados que podem ser usados no tratamento. Verônica Amado, diz que não é possível, porém, substituir um remédio para uma doença tão grave quando o paciente evoluiu com o tratamento. “Não existe substituto. É uma doença muito complexa, a gente não pode ficar substituindo quando o paciente evolui bem. São remédios com vias diferentes, metabolização diferentes”.

Da Agência Brasil.

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