"Síndrome Alcoólica Fetal": Médico alerta para riscos de consumo do álcool durante a gestação.

(Reprodução)
A cada hora, quatro crianças nascem com lesões no cérebro devido à Síndrome Alcoólica Fetal (SAF) no Brasil. Essa afirmação foi feita pelo médico pediatra Denis Lamblin, presidente do programa SAF France, durante audiência pública realizada nesta segunda-feira (09/09) pela Comissão de Prevenção ao Uso de Drogas e Dependentes Químicos em Geral da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), presidida pela deputada Rosângela Gomes (PRB). A reunião foi feita a pedido do deputado Xandrinho (PV), autor do projeto de lei 1.829/12, que obriga a divulgação dos riscos de bebida alcoólica durante a gestação. "A iniciativa tem o objetivo de conscientizar as mães sobre os riscos deste hábito durante a gestação, através da disponibilização de serviço de orientação nas unidades estaduais de saúde".

Presidente da SAF Brasil e professor da Faculdade de Medicina da UFRJ, o médico neurologista José Mauro Braz de Lima explicou que a SAF é uma doença ainda pouco conhecida e subestimada. Segundo o especialista, a síndrome, causada no bebê pelo consumo de álcool pela mãe durante a gravidez, prejudica áreas do cérebro, comprometendo funções importantes, como equilíbrio, aprendizado, memória e o relacionamento social. A doença provoca também alterações no rosto, atraso no crescimento, má coordenação motora, retardo mental e outros distúrbios. "Quando o Legislativo assume um trabalho como esse é muito bom para a prevenção da doença, pois falta muita informação, que é um direito da população", enfatizou.

O pediatra Denis Lamblin sugeriu ao deputado Xandrinho a criação de um projeto de lei para que nas embalagens de toda bebida alcoólica venha um selo alertando às grávidas sobre os danos que a ingestão de álcool pode causar ao bebê. "Isso já é feito na França. Serve para informar e fazer as pessoas acreditarem nos perigos reais da bebida", afirmou. Xandrinho disse que já está pensando em propor um projeto de lei para que o mesmo ocorra no estado do Rio de Janeiro. A presidente da fundação Oscar Rudge, Clemilce Affonso de Carvalho, e a subsecretária da Secretaria Estadual de Dependência Química, Suely Murat, também participaram da reunião. (texto de Bárbara Souza)

Fonte: Diretoria de Comunicação Social da Alerj.

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