AIDS e as dificuldades sociais de seus portadores



Hoje as pessoas estão mais informadas sobre a AIDS. Apesar de ser uma doença recente, pois o vírus HIV só foi reconhecido oficialmente em 1981, o fato é que ela ainda não tem cura, embora a medicina evolua a cada dia melhorando a qualidade de vida dos portadores. Portanto nunca é demais tratarmos seriamente desse assunto, até porque o papel da sociedade é estar atenta aos riscos e principalmente bem informadas sobre os meios de prevenção.

Cientes de que não se pega AIDS na prática das ações cotidianas como beber no mesmo copo, usar o mesmo banheiro, beijar, abraçar, entre outras atividades que não oferecem o menor perigo. E tomando posse dessas informações o convívio com portador se torna mais harmônico, afinal é preciso manter as esperanças que um dia como a hanseníase (lepra) já matou e causou tanta rejeição e hoje é uma doença facilmente curável a AIDS também vai chegar lá. Pois a busca e o investimento em pesquisas e novos medicamentos já resultam em opções e esquemas de tratamento menos complexos e tóxicos, melhorando significativamente a vida dos soropositivos.

Do ponto de vista social é preciso criar mais oportunidades igualitárias e livre de preconceitos. Pesquisa divulgada hoje (1º) pelo Ministério da Saúde indica que 58% das pessoas que vivem com aids no Brasil não trabalham. Entre as mulheres, o índice chega a 62% e entre os homens, a 55%. Dados da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), responsável pelo estudo, também revelam que mais de 20% dos 1.260 pacientes ouvidos perderam o emprego após o diagnóstico da doença.

Os homens citaram a aposentadoria por doença (31,3%), a incapacidade para o trabalho (14,7%) e o recebimento de auxílio-doença (24,6%) como os principais motivos para não estarem trabalhando.

No grupo das mulheres soropositivas, 28% são donas de casa, 15,4% foram aposentadas por causa da aids, 11% relataram incapacidade para o trabalho e 15,4% recebem auxílio-doença.

Os pesquisadores analisaram ainda os principais fatores associados à autoavaliação do estado de saúde dos pacientes como excelente ou boa. Fatores sociais como escolaridade e renda tiveram impacto positivo.

Já o fato de estar aposentado por causa da aids, incapacitado para o trabalho ou receber auxílio-doença diminui em 55% as chances de uma boa autoavaliação do estado de saúde.

Edição e comentários: Washington Luiz / Fonte: ABR.

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